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Uva prepara nova expansão no Paraná

14/01/2010
14/01 - 05:40 Da uva fina de Marialva à uva rústica de Campo Largo, os parreirais do Paraná avançam como opção líder em renda na fruticultura. Os viticultores do estado devem arrecadar mais de R$ 150 milhões nesta safra. Com isso, a uva abre vantagem sobre a laranja, que é a segunda colocada e, com área três vezes maior, vem rendendo R$ 120 milhões por safra. As chuvas atrasaram a colheita na região Noroeste, onde fica metade dos parreirais, mas não trouxeram grandes perdas. Os cachos cresceram bem e, nas primeiras remessas, foram vendidos a R$ 4 o quilo, relatam os produtores. O preço caiu a R$ 2 o quilo, mas a renda média deve superar à do ano passado, preveem. "A safra foi boa e o mercado está correspondendo. Tiramos de 40 a 50 quilos por pé. Teve produtor que colheu 50 toneladas por hectare", conta o viticultor Nilton Bernini Inácio, de Marialva. O volume total da safra paranaense ainda está sendo avaliado pelos técnicos da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab) e das associações dos produtores. A produtividade média do Paraná é de 17,5 toneladas por hectare, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 5,8 mil hectares, colhe-se 100 mil toneladas por ano. Atento ao comportamento do consumo, Bernini Inácio planeja renovar seus 2,5 hectares de vinhas e ampliar a área em 40%. A uva de sua região chega primeiro ao mercado nacional, com boa saída de Curitiba a Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. O último salto de produção de uva do Paraná ocorreu há cinco anos. A região Noroeste ampliou os parreirais da casa de 1,3 mil para 1,8 mil hectares há um década. A produtividade cresceu expressivamente nessas áreas logo que as novas videiras atingiram a maturidade, compensando redução no cultivo em outras regiões. Ao lado da expansão da uva de mesa – especialidade da região de Marialva –, o estado registra o surgimento de novos polos produtivos dedicados ao vinho, relata o agrônomo da Seab Paulo Andrade, especialista em fruticultura. Em Campo Largo e em Colombo, os produtores investem em parreirais para atender ao interesse de indústrias e de vinícolas artesanais. Andrade avalia que, com o crescimento da produtividade, a área da uva de mesa pode até ser reduzida nos próximos anos. Porém, a tendência é que a uva rústica destinada ao vinho siga sentido inverso. "Caminhamos para 2,1 mil hectares de uva rústica e 3,8 mil hectares de uva fina", cerca de 100 hectares a mais que a área aferida um ano atrás. A expansão deve ser baseada na produtividade. Os produtores que estão entrando no setor adotam tecnologia que reduz o risco da proliferação da pérola, praga que ataca as raízes e dizimou os parreirais do estado na década de 70. Usam porta-enxertos menos suscetíveis à pérola. Medidas de precaução contra problemas climáticos também se tornaram comuns. Em Marialva, onde a produtividade média chega a 27 toneladas por hectare – 10 toneladas acima do índice estadual –, mais da metade das parreiras são cobertas com telas antigranizo. Os cachos recebem ainda uma espécie de chapéu, para que os grãos saiam da lavoura intactos.


José Rocher
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