Chuva de novembro
07/12/2009
São Leopoldo - Depois das chuvas e temporais de novembro (o mais chuvoso em 100 anos), os agricultores da região contabilizam prejuízos que em alguns casos chegam a 60% no plantio e colheita. Pelo levantamento dos técnicos da Emater em São Leopoldo, Portão, Capela de Santana, Sapucaia do Sul e Esteio, os prejuízos atingiram em média 25% na produção geral, chegando a 60% em relação às hortaliças (Capela teve a situação mais grave). Conforme os agricultores, as culturas de alface, brócolis e couve-flor foram as mais afetadas. Culturas como pepino, abobrinha e melão terão que ser replantadas, já que as sementes foram levadas pela chuva.
Em São Leopoldo, as perdas no plantio foram em torno de 30%, explica o técnico da Emater, engenheiro Marcelo Biassusi. Segundo ele, o excesso de umidade com o calor provoca ambiente favorável para à proliferação de fungos e bactérias. A vice-presidente do Sindicato Rural, Cristina Fróes, acrescenta que o plantio foi bastante atingido em função da maioria das áreas produtivas se localizar em áreas de alagamentos. Conforme levantamento do Jornal VS, os alagamentos provocaram perdas também para os pecuaristas, que tiveram que manter os animais em locais restritos, o que elevou o custo da produção.
zero - Arnaldo Zandoná, 42 anos, que há 15 anos se dedica à plantação de hortaliças e verduras, salienta que as chuvas de novembro resultaram em produção quase zero. "Perdi praticamente toda a produção de alface, melão, pepino e tomate. Em três chácaras, na Feitoria, totalizando cerca de 11 hectares de terras, ele produz mensalmente cerca de 25 mil pés de alface, mil de espinafre, 25 mil de couve, 200 dúzias de tempero verde, além de duas toneladas entre pepino, melão e tomate. Sua produção é para supermercados e cozinhas industriais da cidade, além de doar verduras e hortaliças para a Casa Aberta e Sociedade Espírita.
O agricultor Raul Carvalho, 53 anos, que produz hortaliças, verduras, críticos e flores em seis hectares, desde criança vive no Quilombo (Feitoria) e lá, na companhia da esposa e filho, dá continuidade ao trabalho desenvolvido pela família. Raul calcula prejuízos em mais de 50% na produção.
No Estado também deverá ocorrer replantio de culturas de verão por causa das perdas de sementes e fertilizantes nas enxurradas. O arroz foi uma das lavouras mais afetadas com extensas áreas sendo inundadas pela cheia de arroios e rios. Consequentemente o plantio ficou praticamente paralisado, avançando apenas um ponto percentual.
