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Produção de leite orgânico

22/11/2009
Pesquisa desenvolvida há 13 anos pelo agrônomo Marcos Alberto Seghese aumenta significamente o volume da produção e ainda aprimora qualidade do produto O leite orgânico promete deixar para trás, em termos de volume e qualidade, a produção convencional de leite na região de Maringá. A pesquisa da produção orgânica vem sendo desenvolvida há 13 anos por Marcos Alberto Seghese, professor e engenheiro agrônomo do Centro Universitário de Maringá (Cesumar). A técnica é conhecida por Sistema de Pastejo Rotacionado Racional (Sispasto). As primeiras experiências voltadas para a região de Maringá apontam que a produção leiteira pode quadruplicar com o gado comendo apenas capins diferenciados, recebendo água em abundância e pastando entre piquetes (minipastos). O Sispasto é composto de 14 piquetes, com 1,3 metro quadrado, no qual são utilizadas gramíneas de várias espécies do Brasil e de outros países. Os primeiros estudos apontam que 20 vacas neste sistema chegam a produzir aproximadamente 400 quilos de leite por dia, ou 60 mil quilos por ano. A produção leiteira mundial com a mesma quantidade de animais, segundo Seghese, não chega a 15 mil quilos de leite por ano. O estudioso informa que a alta produção se deve, principalmente, a policultura de gramíneas e leguminosas que fornecem proteína suficiente para o animal produzir leite de boa qualidade e em quantidade. Seghese destaca que o estudo do solo e do clima (microclima da região), além do fornecimento abundante de água para o gado, fecham o círculo para uma razoável produção leiteira. Ele explica que o gado leiteiro transita entre os piquetes para promover o descanso do pasto, além de receber proteínas diferenciadas com a rotação de minispastos. Além deste aspecto, o professor explica que ectoparasitas (carrapatos, por exemplo) morrem de fome quando o hospedeiro (vaca) deixa o piquete, só retornando ao mesmo minipasto depois de 45 dias. Os endoparasitas (vermes) também morrem com a rotação de pastagem. O professor destacou que uma das gramíneas utilizada no estudo, a Tifton 68, produz 18% de proteína para o gado leiteiro. Segundo ele, os concentrados – composto de milho, soja, farelo de algodão, agroquímicos, remédios e aceleradores do crescimento – têm os mesmos 18% de proteína. "A diferença está no fato de que o produtor de leite planta o pasto e não precisa deixar suas economias no comércio para pagar o concentrado. Além disso, o leite é limpo, não tem produtos químicos", compara. Ele acrescenta que tanto as mudas de gramíneas e as leguminosas quanto a técnica do Sispasto no Cesumar estão à disposição para o produtor leiteiro da região de Maringá.


Edson Pereira Filho
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