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Artigo: MT manterá posição estratégica na produção mundial de soja

24/03/2010
Por Glauber Silveira da Silva* A demanda global por soja crescerá cerca de 40% nos próximos 10 anos, segundo previsões que vêm sendo feitas em importantes fóruns internacionais realizados no Brasil, Estados Unidos e China, entre outros países. Esses eventos discutem o aumento da procura por alimentos, baseado principalmente no crescimento populacional, e a necessidade do aumento da oferta de grãos. E nesses fóruns Mato Grosso é apontado como um dos principais mercados capazes de atender parte significativa desse incremento futuro da demanda. Na última década o estado ganhou grande destaque na produção global de soja e nos próximos 10 anos se consolidará como o celeiro mundial de grãos, mantendo a soja como carro-chefe da agricultura. Até 2020 serão necessárias 100 milhões de toneladas a mais de soja no mundo e Mato Grosso poderá responder por 10% a 30% do aumento da oferta necessária para atender a essa demanda. Porém, o nível de contribuição dependerá de alguns fatores. Partindo de uma análise sobre o atual cenário e com uma previsão moderada, a participação do estado na produção nacional de soja sairá de 27% na safra 2009/2010 para 36% no ano de 2020. Em números absolutos, passará de 18,22 milhões/t na safra 2009/2010 para 27,07 milhões/t, um crescimento de 49%. Na produção mundial, a contribuição do estado passará de 7% para 9% ao final da década. Recentemente lançamos o desafio nacional de passarmos de uma produtividade média brasileira de 2,7 mil quilos por hectare (kg/ha) para 4 mil kg/ha em 10 anos e Mato Grosso tem potencial de sair da média de 3 mil kg/ha para 4,5 mil kg/ha. E esse boom de incremento estadual poderá ser alcançado com a intensificação de pesquisas, uso de biotecnologia, ampliação do sistema de Integração Lavoura/Pecuária e com a implantação de projetos de infraestrutura de logística de transporte e armazenagem. Existe hoje em Mato Grosso um potencial de 6 milhões de hectares de áreas de pasto a serem ocupadas pela soja nos próximos 10 anos. Se for considerado o crescimento de produtividade e a expansão de área da cultura em áreas já abertas, podemos fazer uma estimativa arrojada de uma oferta de cerca de 40 milhões de toneladas de soja para os próximos 10 anos. Boa parte dos aportes financeiros para expandir a produção de soja nessas áreas deverá vir dos resultados obtidos com uma logística de transporte eficiente. Uma parcela da economia advinda da redução do gasto com transporte poderá gradativamente ser transformada em investimentos em produção. A logística tem um peso importante sobre os resultados econômicos obtidos com a produção de soja, tanto que o frete já responde por cerca de 40% do custo operacional de produção por tonelada transportada até o porto. Mas o impacto que exerce uma má ou uma boa logística sobre o estado vai além da economia. O uso de modais ferroviário e hidroviário contribui para a redução de emissão de gases poluentes na atmosfera e de acidentes nas estradas. Por isso criamos em Mato Grosso o Movimento Pró-Logística, uma força-tarefa de entidades de todos os setores para trabalhar em prol de projetos de infraestrutura logística ao estado. Mato Grosso precisa se preparar para ampliar o potencial competitivo e aproveitar mais essa janela de oportunidade que está sendo aberta com o aumento da demanda mundial por alimentos. Porém, além da infraestrutura logística, o estado tem que resolver o impasse da legislação ambiental e a questão do endividamento rural para que a atividade agrícola continue trazendo benefícios à população e possa dar renda ao produtor. *Glauber Silveira da Silva é presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT) Aprosoja
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