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Associação Os Independentes celebrou 65 anos de valorização da tradição da cultura sertaneja

29/07/2020
Créditos: André Monteiro

A entidade, criadora e promotora da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, mantém suas diretrizes originais de apoio às entidades assistenciais e de fomento à cultura sertaneja e ao esporte rodeio

 
A Associação Os Independentes, criadora e promotora da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, maior evento do segmento na América Latina, celebrou, no dia 15 de julho, seus 65 anos de fundação e de valorização da tradição da cultura sertaneja. A entidade, criada em 1955, por um grupo de 20 jovens, que realizaram a primeira edição do evento no ano seguinte, mantém suas diretrizes originais de apoio às entidades assistenciais, de fomento da cultura sertaneja e do esporte rodeio e homenagem aos peões estradeiros que desbravaram o interior do País. O clube, que depois se tornou associação, foi fundado por Abdo El Karin Gemha, Antônio Renato Prata, Dino Eugenio Scannavino, Edson Gemha, Élio Alves Garcez, Floriano Machado Coutinho, Horácio Tavares de Azevedo, Hosny Daher, Jamil Nicolau Mauad, Joaquim Luiz Goulart, José Sebastião Domingos, Licínio Gomes da Silva, Luiz Agostinho da Silva Brandão, Osvaldo Monsef, Orlando Araújo, Paulo Coimbra, Paulo Pereira, Rubens Bernardes de Oliveira, Rubens de Oliveira e Saulo Junqueira Franco. Para a realização do evento, o grupo contou ainda com a entrada de mais 12 membros (Carlos J. T. de Andrade, Carlos Roberto Galli, Cássio Junqueira Nogueira, Cyrano Diniz Pereira, Hélio Bruno Barbosa, João dos Santos Filho, José de Ávila Lima, Orestes de Ávila Lima, Otávio F. Andrade, Rhateb Cury, Udelson Gemha e José Brandão Tupynambá), que iniciaram, em 1956 a primeira Festa em uma lona de circo. De acordo com Jerônimo Muzetti, atual presidente de Os Independentes, o evento vem se aprimorando a cada edição, mas sempre mantendo as raízes e os princípios do grupo fundador. “A cada ano é um novo desafio para manter um diferencial e a qualidade que os visitantes desejam em relação às atrações e estrutura. No entanto, nesse tempo, ainda mantemos a cultura do peão estradeiro, aquele que tocava o gado até o frigorífico. Os fundadores da associação tinham contato com esses peões estradeiros, muitos dos quais eram filhos de fazendeiros. Essa é a nossa essência e a nossa missão é manter essa tradição viva”, diz Muzetti. Para Antônio Renato Prata, o Pratinha, 92 anos, um dos fundadores e primeiro presidente do clube em 1955, é motivo de muito orgulho ver a proporção que o evento e a associação conquistaram. “Fico muito envaidecido com tudo isso, por ter plantado essa semente. Ninguém imaginava isso tudo que aconteceu. Pensávamos em uma festa regional, pequena e foi um progresso muito grande. Agora o legado está aí”, afirma Pratinha. De acordo com Mussa Calil Neto, presidente de Os Independentes nos anos de 1984 e 1985, a associação é muito importante para a preservação da cultura e história do peão de boiadeiro e toda tradição sertaneja. “A finalidade de Os Independentes é preservar o cenário do peão de boiadeiro por meio da cultura, da música, da vestimenta, do vocabulário e da culinária. Além de apoiar as instituições de toda cidade, já que desde a sua fundação a associação, que era um clube, tem entre as diretrizes de seu estatuto as ações beneméritas. Atualmente, o maior parceiro é o Hospital de Amor, onde hoje a Associação Os Independentes tem um pavilhão que leva seu nome como uma homenagem da Fundação Pio XII, mas todas instituições têm seu espaço e contam com o apoio de Os Independentes”, diz Calil Neto. O ex-presidente, que foi o responsável pela iniciativa de transferir o evento para a área onde, atualmente, é o Parque do Peão, afirma que toda infraestrutura da festa tem como objetivo a manutenção da história e da cultura. “Ficamos vários anos no recinto Paulo de Lima Correa, que era emprestado, mas quando mudamos foi possível montar o museu e todos os espaços. Atualmente, a Festa de Barretos tem uma projeção tão grande como o futebol e o carnaval, além de levar o nome de Barretos para todo o Brasil e exterior”, diz Calil Neto. O Prefeito de Barretos, Guilherme Ávila, reforça a importância da festa para a projeção da cidade e para a economia de toda região. “O clube Os Independentes tem uma relevância sem precedentes na história de Barretos. Ele é responsável por levar o nome da cidade para todo o mundo. Barretos é muito mais conhecida no Brasil e fora do país do que muitas capitais graças a festa do peão. A associação Os Independentes gera emprego, renda, atrai o turismo para a cidade de Barretos e é o maior garoto propaganda que nós temos”, afirma Ávila O presidente do Hospital de Amor, Henrique Prata, também destaca a relação de proximidade e a importância de Os Independentes na história da instituição de saúde que também é uma referência no Brasil e no exterior. “A história de Os Independentes e do Hospital de Amor, se fundem, por meio das ações sociais, principalmente, por meio do rodeio. Foi durante a gestão do Mauri Abud Wohnrath, em 1993, que o hospital também começou a receber a visita de empresários, artistas e autoridades, que passaram a contribuir e a projetar a instituição. É um orgulho ter uma associação com essa expressão e um rodeio que está entre os três maiores do mundo”, diz Henrique Prata. Legado Para Jeronimo Luiz Muzetti um dos grandes desafios das próximas gerações é sempre defender o legado dos fundadores. “Sem a iniciativa de fundação do então clube, jamais teríamos chegado até aqui. Fazemos o mais antigo e tradicional evento do gênero na América Latina. Expandimos para eventos de outros setores e temos responsabilidades com a comunidade”, afirma o presidente. Entre os fundadores do clube e da Festa, cinco estão vivos: Antonio Renato Prata, Horacio Tavares de Azevedo, Orlando Araújo, José Brandão Tupynambá e Paulo Pereira.
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