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Doenças

29/06/2009
Doenças Quando se consideram as doenças de qualquer espécie de ave, é importante lembrar que algumas aves especiais podem desenvolver doenças infecciosas semelhantes àquelas encontradas em aves domésticas. A única diferença parece residir na incidência de uma determinada doença em uma dada espécie. Rinites Acredita-se que a causa seja o Haemophilus gallinarum, embora possam ocorrer infecções mistas. Sinais clínicos incluem um balançar da cabeça e uma descarga nasal clara ou purulenta. As aves infectadas estarão alertas, porém freqüentemente alimentam-se menos e perdem peso. Esta condição é mais predominante nas aves com menos de um ano de idade e sujeitas a stress proveniente do clima frio ou de superpopulação. Sinusite, conjuntivite e saculite aérea são vistas freqüentemente como extensões das infecções riníticas. A infecção é usualmente complicada com infecções secundárias por micoplasma ou fungos resistentes à terapia. Um edema abaixo e anteriormente aos olhos, incluindo as pálpebras, e uma descarga copiosa de um ou ambos os olhos e das narinas são os sinais primários da sinusite. Um som chocalhante na expiração, quando as aves são forçadas a se mover também pode ser observado. A terapia de rinite não complicada consiste na administração de antibióticos de largo espectro como tetraciclinas ou sulfametoxina na água de beber. O tratamento individual com tilosina a 1Omg/Kg de peso corporal, dado via intramuscular, duas vezes ao dia, por cinco a sete dias, também tem sido eficaz. E igualmente importante, entretanto, fazer mudanças no manejo, como por exemplo, aumentar a temperatura ambiente. A terapia de sucesso da rinite inclui fazer culturas e teste de sensibilidade a antibióticos (antibiogramas) para determinação do antibiótico mais adequado. Pode-se aspirar o material para cultura diretamente dos seios utilizando-se uma agulha nº18. Mais freqüentemente, é preciso lancetar o seio afetado (por causa da presença de um núcleo de material caseoso) e lavá-lo diretamente com soluções antibióticas. No caso da presença de fungos, prognóstico é reservado e a anfotericina B deve ser ministrada no local. Em todos os casos, a terapia mais eficaz é a antibioticoterapia sistêmica e tratamento local do seio. Nebulizadores têm sido empregados nos casos em que se suspeita da saculite aérea devido à insuficiência respiratória pronunciada. Mais recentemente, tem-se administrado antibióticos com gentamicina, diretamente dentro da traquéia. A relativa raridade destes casos hoje em dia não tem dado indicações de vantagens deste tipo de terapia. Aspergilose Enquanto a maioria dos animais expira ar saturado de vapor d'água, o avestruz reduz a umidade relativa do seu ar expirado a 85%. Essa adaptação única para sobrevivência num meio árido pode ser uma desvantagem para os criadores de avestruz em áreas de umidade relativa alta. O fungo Aspergillus sp se beneficia o ambiente quente e úmido para o seu ótimo desenvolvimento. O mecanismo trapping para apanhar água, no avestruz localiza-se nos seios nasais e pode fornecer ambiente ideal para a incubação dos esporos do Aspergillus. O Aspergillus sp tem sido reportado como causa comum das doenças respiratórias de muitas aves. Em aves jovens, ele causa alta mortalidade e em aves adultas, a infecção usualmente é esporádica. O diagnóstico ante-mortem é difícil. Para o tratamento, recomenda-se o uso de antifúngicos utilizados normalmente em outras espécies aviárias. Candidíase (sapinho, monilíase) O agente causal desta condição é o fungo Candida albicans. O organismo é facilmente identificado numa preparação de exsudato oral montado em meio líquido. O sinal clínico mais característico é uma pseudomembrana amarelada que se forma na mucosa oral. Em casos mais avançados, deformidades no bico são observadas devido à necrose extensa da parte superior. As aves afetadas apresentam crescimento inadequado e depauperação e podem estar apáticas. Se algum material alimentar estiver ocluindo as lesões, poderá ser facilmente removido para revelar a membrana amarelada. Antibioticoterapia prévia pode promover o desenvolvimento desta doença, mas casos de aparecimento espontâneo são muito comuns. As lesões orais devem ser limpas, retirando-se os debris necróticos e tratadas três vezes ao dia com nistatina líquida pediátrica (100.000 unidades). Loções de tiabendazol e anfotericina também tem sido usado com sucesso comparável. Recentemente, o ketoconazol tem sido usado com sucesso em doses de 6mg/Kg de peso corporal, duas vezes ao dia, em infecções que envolvem a orofaringe. Doenças bacterianas São causadas por Escherichia coli, Salmonella sp, Klebsiella sp, Clostridium sp e outros agentes que levam principalmente a quadros de enterite. É listado abaixo, alguns antibióticos testados em ratitas, com suas respectivas dosagens, vias de aplicação e intervalo entre doses. Doenças virais A única doença viral relatada é a Bouba Aviária, embora as ratitas sejam provavelmente suscetíveis a outros vírus de aves, como o Myxovirus e Aerovirus, atingindo avestruzes de todas as idades. Alguns autores têm relatado infecções de avestruzes com o vírus da doença de Newcastle (Kloppel, 1963; Corrado, 1966; Samberg et al., 1989). Doenças Parasitárias Causadas por protozoários, nematóides, trematóides, cestóides e ectoparasitos, responsáveis por muitas perdas no plantel. Na África do Sul, principalmente as aves jovens costumam ser infestadas por tênia (Houttuynia struthionis) que provoca a morte dos animais de forma extremamente dolorosa. O malation (organofosforado) de 1 a 4% em pó tem sido usado para controlar piolhos (Burning & Dolensek, 1986), tratando-se todas as aves em um determinado grupo, pois estes parasitas passam todo seu ciclo vital no hospedeiro. A desvantagem do tratamento com o malation é a elevada toxidez desta substância, que pode levar algumas aves ao óbito. Com Bolfo (metilcarbamato) em pó, aplicado sob as asas, os piolhos podem ser facilmente controlados. Aves vizinhas de outras espécies precisam ser examinadas ou tratadas se o problema persistir. Outros inseticidas como carbaril (carbamato) tem sido usados em aves domésticas com resultados igualmente satisfatórios. Ovos dos endoparasitos das superfamílias Ascaridoidea e Strongiloidea são mais usualmente observados em testes simples de flutuação de fezes de ratitas. Os filhotes das aves parecem ser mais sensíveis às infestações, em comparação aos adultos. Corretas medidas de higiene, manejo adequado e vermifugação regular são fundamentais na prevenção deste problema. Tratamento com piperazina de 50 a 1OOmg/Kg para ascarídeos e tiabendazol ou mebendazol, a 5Omg/Kg e 15mg/Kg, respectivamente, são efetivos contra strongilídeos. Esta terapia deve ser repetida após 15 dias, com controle posterior do tratamento, pelo exame de fezes. A fim de proporcionar uma distribuição mais homogênea do vermífugo, quando administrado a um grupo de aves, é recomendável pulverizar a dose total, diluída em água, sobre o alimento a ser fornecido. Neste momento é interessante que as aves estejam em jejum, para que a quantidade de alimento fornecida como veículo para o vermífugo seja totalmente consumida. Doenças não infecciosas As aves ratitas são afligidas pela diástase úrica (gota) de maneira semelhante à vista em outras espécies de aves. Corpos estranhos É quase impossível executar uma necropsia em uma ratita adulta e não encontrar corpos estranhos (vidro, pregos moedas, pedras ou outros materiais) no seu compartimento estomacal musculoso. Estes materiais agem como um abrasivo para possibilitar ao animal a quebra de materiais alimentares mais grosseiros. Em ratitas adultas, entretanto, ocasionalmente um corpo estranho poderá se alojar no trato intestinal e criar uma impactação. Objetos pontiagudos podem perfurar qualquer porção do trato gastrintestinal e isto, freqüentemente leva a morte por peritonite. O diagnóstico de impactação ou perfuração em ratitas adultas raramente é feita em espécimes vivos, embora o diagnóstico radiográfico seja possível. Cirurgia para remoção do material ofensivo tem sido tentada em algumas aves, porém a maioria morre no pós-operatório, por peritonite ou choque. Corpos metálicos estranhos são uma fonte potencial de envenenamento por metais pesados em avestruzes. Em algumas áreas dos EUA, altos níveis de metais pesados e microelementos foram encontrados em avestruzes. Os sintomas reportados incluem anorexia, depressão e falta de coordenação. Algumas aves morreram. Os filhotes bicam e engolem toda a sorte de materiais durante suas primeiras semanas de vida. E melhor mantê-los sobre um substrato simples (não derrapante) até que tenham estabelecido seus hábitos alimentares e reconheçam a comida. Conforme descrito anteriormente, capim seco com folhas longas prestam-se bem como forro para o chão ou cama. Uma introdução gradual de novos materiais para cama, juntamente com observação rigorosa, poderá ser feito para diminuir a ingestão de material estranho. Pequenas impactações em filhotes causadas por areia, pedregulhos ou materiais de cama podem ser aliviadas pela administração de óleo mineral com um cateter gástrico, provavelmente devido ao aumento do peristaltismo provocado pelo óleo. Gravetos ou grandes acúmulos de pedregulhos só podem ser removidos cirurgicamente. A ingestão de objetos metálicos pode ser um perigo real, particularmente em ambientes confinados. Foi verificado que o estômago glandular de aves doentes ou mortas continham até 1 Kg de fragmentos metálicos, além de areia, vidro e alumínio. Objetos comuns recuperados incluem: unhas, parafusos, porcas de parafusos, pinos arames, grampos, pregos, pedaços de solda, fragmentos de baterias, moedas e peças de chumbo. Os criadores devem posicionar suas instalações cuidadosamente e procurar minimizar o acesso das aves a objetos metálicos, além de fazer uma minuciosa vistoria nas instalações e piquetes após suas construções e repetir periodicamente. Fraqueza nas pernas ou Síndrome do entortamento das pernas A fraqueza nas pernas e um problema nos avestruzes jovens em crescimento, particularmente aqueles com idade abaixo de quatro meses. Esta fraqueza pode ser causada ou se desenvolver a partir de uma série de fatores, atuando sozinhos ou combinados. Para aves brandamente afetadas, deve-se restringir a alimentação. As aves severamente afetadas raramente se recuperam e o melhor neste caso é a eliminação. As causas prováveis para os problemas nas pernas são: qualidade genética ruim ou endogamia (consangüinidade); excesso de alimentação, especialmente dietas ricas em proteínas e pobres em fibras; crescimento rápido de filhotes criados em fazendas (freqüentemente duas vezes o das aves selvagens); desequilíbrio na relação cálcio: fósforo; falta de exercícios; stress; dietas muito energéticas; doenças infecciosas. O crescimento rápido pode ser prevenido pela restrição alimentar. Fraturas Fraturas dos segmentos superiores ou inferiores do bico requerem uma fixação rígida por quatro a seis semanas. Pode-se empregar uma combinação de suturas metálicas e materiais plásticos como metacrilato de metil, com bons resultados. As asas das ratitas não são necessariamente para locomoção, portanto a fixação ou amarração da asa junto ao corpo numa posição natural quase sempre resulta numa união satisfatória em três ou quatro semanas. Fraturas de ossos longos envolvendo as pernas são quase sempre associadas a danos extensos aos tecidos moles. A natureza emocional das ratitas, aliada a alavancagem e poder de suas pernas fragmenta o osso e o dirige através da pele. Estes mesmos fatores fazem o reparo difícil em aves adultas e a eutanásia é quase sempre recomendável para prevenir sofrimentos adicionais. Ocasionalmente, a consolidação óssea pode ser tentada, mas o stress físico sobre o osso e sua textura pobre ou os materiais de fixação utilizados tomam a recuperação improvável, mas não impossível. Patologia clínica Amostras de sangue podem ser obtidas pela punção das artérias ou veias braquiais-radiais ou ulnares, ou da veia jugular (muitas ratitas têm somente uma jugular), com agulhas nº 20 ou 22. O tamanho relativamente grande da ave adulta permite a coleta de amostras grandes, portanto uma variedade de testes pode ser executada. Em filhotes, as amostras limitam-se a 2ml. Os valores de hemoglobina em ratitas saudáveis geralmente variam de 10 a 14mg/dl e o hematócrito entre 35 a 45%. Contagens de leucócitos elevadas devido à presença de doenças infecciosas estão usualmente entre 7.000 a 14.000/mm3; cerca da metade das células são heterófilos e a maioria das restantes é Linfócitos. Valores bioquímicos séricos normais para ratitas encontram-se na tabela abaixo: Farmácia Esta relação é uma sugestão de produtos para compor uma pequena farmácia para atender ocorrências emergências. Obviamente a mesma pode ser equipada com maior número de produtos. Mas lembre-se: uma criação saudável se faz com um bom manejo, com boa alimentação e boa genética, e não com uma boa farmácia. Medicamentos: Ampicilina veterinária; Flotril: Azium; Vitamina A-D-E; Terramicina; Nujol; Ungüento Pearson; Ringer Lactato; Eletrolítico ou Enerstid; Glicopan ou Amisol. Materiais: Algodão; Gaze; Violeta Genciana; Álcool; Álcool iodado ou Iodo; Água Oxigenada; Sal; Açúcar; Fita crepe de fralda (várias cores); Atadura elástica; Seringas de 5ml e 1Oml; Seringas de insulina; Agulhas; Esparadrapo; Seringa de 20ml, acoplada a um garrote para dar socorro aos animais. O uso do lvermectin no controle de endo e ectoparasitos em avestruzes já começou no Brasil, mas demanda ainda de muito estudo. Sabe-se da sua eficácia contra a maioria dos ectoparasitos artrópodes e com relação aos endoparasitos sua ação é eficaz contra os nematóides. Sabe-se também que cestóides e trematóides não são afetados por esta droga. O ivermectin é um útil produto no tratamento de parasitas de aves mas deve ser diluído precisamente antes da sua administração. Recomenda-se a dosagem de 200mcg/Kg de peso vivo, aplicado via subcutânea. E importante ressaltar uma vez mais o papel desempenhado pelas medidas de higiene dos tratadores (uso de botas, macacões limpos, pedilúvios, restrição ao acesso de veículos e pessoas estranhas), pelo rodízio dos piquetes e recintos e sua desinfecção regular com desinfetantes (tipo hipoclorito de sódio a 1 %, formaldeído ou formalina) ou com fogo (queimadas controladas nos pastos e lança-chamas nos recintos), na prevenção das verminoses e de outras doenças. A coccidiose, em todas as espécies aviárias, é encontrada primariamente em aves jovens ou em aves mais velhas, vivendo sob condições sanitárias inadequadas e superpopulação. O tratamento consiste no uso de sulfas ou amprolium e melhorias sanitárias. Vacinação Como os avestruzes são provavelmente suscetíveis a doenças aviárias, seria recomendável, em criadouros intensivos, adotar um esquema de vacinação semelhante ao adotado em granjas de galinhas. O programa abaixo é uma sugestão, o qual demanda estudos mais aprofundados, no entanto, propõe-se um esquema de vacinação:
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