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Classificação zoológica:

30/06/2009
Classificação zoológica: Classe: Mammalia Ordem: Artiodactyla Família: Bovidae Gênero e espécie: Ovis aries Histórico O temperamento sociável dos carneiros, associado à sua indiscutível utilidade econômica, fez da domesticação da espécie uma das mais antigas da história da civilização, acreditando-se que tenha ocorrido a mais de 4.000 anos a.C., na Ásia Central. Ao longo do tempo, foram ocorrendo adaptações em função do clima, solo, disponibilidade de água, alimento e utilização econômica, de tal forma que hoje se estima que existam mais de 1.400 raças de ovinos em todo o mundo. Estas raças estão classificadas de acordo com as funções econômicas que desempenham, constituindo o segundo maior rebanho do mundo (o primeiro é o bovino). A seleção para lã foi obtida durante o processo de domesticação: os ovinos primitivos apresentavam pelagem formada por dois tipos de fibras, uma de pêlos longos, grossos e ásperos e outra com pelos finos, curtos e crespos. Com a evidencia da utilidade da lã sobre o pêlo, foi sendo realizada progressivamente a seleção para sua obtenção. No Brasil, os primeiros ovinos chegaram em 1556, trazidos pelos colonizadores. Austrália, China, Nova Zelândia, Índia, Espanha, Reino Unido, Argentina, Uruguai e Brasil são países que possuem grandes contingentes de ovinos. No Brasil, estima-se que existam 18 milhões de ovinos de 18 raças diferentes e as maiores criações estão no Rio Grande do Sul e na região Nordeste. Em São Paulo, o rebanho é de cerca de 250 mil animais, ocupando áreas usadas no passado para a produção de café, como é o caso da região de São Manuel. As condições básicas para a criação, além da escolha cuidadosa da raça, são o clima, solo, pastagens, aguadas, condições de mercado, não esquecendo também a boa capacidade técnico-administrativa do criador e habilitação dos empregados. Mini glossário Borrego - carneiro de 7 a 15 meses; Cabanha - galpão para ovinos, criação de ovinos; Capão - carneiro castrado; Cascarreio - tosquia em tomo da vulva, nas coxas e cauda, efetuada nas ovelhas e mês antes do parto, para retirar sujidades e tornar o parto mais higiênico; Cordeiro - carneiro até 7 meses de idade; Cordeiro mamão - cordeiro que ainda acompanha a mãe; Desolhe - tosquia em torno dos olhos; Feltragem - enlaçamento que ocorre entre fibras de lã com excesso de escamas; Nonato - não nascido; Pelego - a pele do carneiro com a lã; Pêlo cabrum - áspero e liso, semelhante ao de caprinos; Suarda - substância gordurosa existente na lã dos ovinos; Velo - cobertura de lã de carneiro, ovelhas ou cordeiro. Calendário do ovinocultor Janeiro - 1ª quinzena: Flushing (suplementação alimentar para ovelhas antes de suas coberturas); Vermifugação das ovelhas e colocação do carneiro em piquete ao lado das ovelhas para indução ao cio, podendo fazer uso do rufião; - 2ª quinzena: início do período de cobertura, para se ter cordeiros para a época do Natal. Fevereiro - continuação do período de cobertura. Março - continuação do período de cobertura; - desmame e vermifugação dos cordeiros provenientes de ovelhas "falhadas" que tenham ficado prenhas pelo sistema de regime de luz. Abril - 1ª quinzena - final do período de cobertura; isole o carneiro do resto do rebanho; - 2ª quinzena - preparação para abate de cordeiros provenientes de ovelhas do sistema de regime de luz. Maio - 2ª quinzena: vacinação das fêmeas contra carbúnculo sintomático, enterotoxemia e tétano. Junho - 1ª quinzena: descobrir e separar as ovelhas entre as que estiverem 'falhadas"; Colocar as ovelhas gestantes nos piquetes de parição; - Preparação das ovelhas para o parto: cascarreio, desolhe, etc; - Providência: estoque de colostro de vacas num freezer; inicio do programa de luz para ovelhas "falhadas"; - 2ª quinzena - início do período de parição; - vermifugação das ovelhas; - cuidados com os fetos: secagem do pelame; tratamento do umbigo; colostro para cordeiros fracos; com uma semana faça a descola e castração nos cordeiros (machos). Julho - coloque o carneiro junto com as ovelhas "falhadas". Agosto - continuação do programa de luz. Setembro - 1ª quinzena: final do programa de luz; isole o cordeiro do resto do rebanho; providenciar piquete especial e suplementação alimentar para cordeiros. Outubro - 1ª quinzena: desmame e vermifugação dos cordeiros; esquematizar a tosquia (tosquiador, depósito de lã, etc.); - 2ª quinzena: tosquia das ovelhas, aparar cascos. Novembro - 1ª quinzena: vacinação das ovelhas prenhas (que estejam sob regime de luz); procurar colocar a carne dos cordeiros no mercado; montar esquema para curtição da pele dos cordeiros. Dezembro - 1ª quinzena: inicio do período de parição das ovelhas sob regime de luz; - 2ª quinzena: abate dos cordeiros, distribuição da carne; curtição e distribuição das peles; - Final de Ano: balancete final de contas; verificação dos índices de produtividade. Condições ideais para os animais Clima O mais propício para a criação é o temperado frio em latitudes de 250 a 400 Norte e Sul; a baixa latitude pode ser compensada pela altitude. A temperatura adequada está entre 22 e 25ºC, com umidade relativa entre 55% a 70% (em altas temperaturas) e 65% a 91% (em baixas temperaturas). A precipitação pluviométrica anual deve estar entre 4900 e 1400 mm. Solo As características do solo são importantes para a escolha da raça a ser criada. Raças mistas são mais exigentes e devem ser criadas em planícies e vales férteis, com solo permeável. Solos pobres, com baixo valor nutritivo, podem ser utilizados para a criação de raças mais leves, produtoras de lã. O solo precisa ser corrigido, drenado e deve haver bastante sombra nas áreas de pastagem, pois a radiação solar direta causa efeitos nocivos ao conforto térmico do animal. Alimentação e pastagens A ideal é a pastagem rasteira, abundante e de boa qualidade. Em boas pastagens, com manejo rotativo, podem ser mantidos 10 animais por hectare; em pastos mais pobres, de uso continuo, a capacidade é de 3 cabeças por hectare. Consomem também as plantas infestantes do pasto, inclusive a que não é consumida pelos bovinos. Na época de escassez de pasto, é necessário complementar a alimentação com forrageiras de inverno, como a aveia e o centeio, alimentos concentrados e mistura mineral. Para a formação de piquetes utilizar gramíneas rasteiras, de hábito prostrado e decumbente, se possível consorciadas com leguminosas. As gramíneas mais utilizadas são o capim Transvala, Pangola, Pensacola, Setária, Coast-Cross, grama Seda, Missioneira, Batatais e Brachiaria humidícula. Aguadas Os ovinos ingerem 3 a 4 litros de água no inverno e de 5 a 6 litros no verão. É interessante que a propriedade possua aguadas sem poluição, com fundo pedregoso ou arenoso. Brejos e baixadas pantanosas são indesejáveis, e na falta de cursos de água naturais devem ser construídos bebedouros de acordo com o tamanho do rebanho.
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